Out of the Pit

Still burning, still alive...

Descendo em velocidades alucinantes, chego ao fim do precipício da Loucura. Sem mais poder cair, ergo-me - com as pernas visivelmente fracas - sem encontrar sustento. Tudo foi perdido, para não poder mais reparar. É hora de deixar passar. Acabou.

A superfície das paredes ao redor não são lisas. Os desníveis e ranhuras permitem que mãos e pés sejam inseridos. Timidamente começa a escalada. Ao início, as aberturas nas paredes rejeitam minhas mãos, empurrando-as para fora, como se nem ali eu fosse bem quisto. Não importa. A teimosia que sempre imperou em meu ser é o que me restou. E é a ela que apelo agora.

Lentamente a escalada se torna possível. Muito se passa até que algum ponto neste inominável e indescritível poço de loucura e desespero possa-se encontrar um ponto de apoio para todo o corpo, que dói e clama por descanço.

E cá estou. Longe de qualquer salvação, mas não completamente resignado.

Nothin' at all

Uma profusão de sentimentos, caos comprimido no pequeno recôndito de minha caixa craniana.

Em voltas sem fim, sem rumo, sem destino e sem razão, pensamentos nascem e morrem com a mesma rapidez, como relâmpagos que brotam no chão e acabam-se nas alturas do firmamento, em horizontes distantes os quais nos são inatingíveis.

Quero gritar, sem ter o que dizer.
Quero correr, sem ter para onde ir.
Quero chorar, com milhões de motivos para sofrer.
Quero sumir...

Sumir, porém, não me é permitido. Tampouco seria de alguma ajuda. Resta assistir o desenrolar desta tragédia grega cósmica e nebulosa que se instaura em plena era do conhecimento, razão e modernidade, onde todos os problemas são resolvidos com "cliques" e "deletes"...